Por: Anun Morais - littleanuncid@hotmail.com - 5°C
Vou falar da minha sexta feira. Coincidência: sexta-feira 13! Minhas aulas acabaram, todas as pessoas que estudam comigo saíram da faculdade e foram sei lá, beber, comer, dançar, namorar em algum lugar da cidade. Mas eu, desarrumada, e com a cara entupida de acne (e não pouco chateada com isso) voltei para casa. Peguei "A Identidade Bourne" que eu havia baixado de manhã para assistir, cumprindo minha lista de filmes para as férias, pus no dvd, fiz um chá mate com limão e fui assistir ao filme.Por volta da meia noite e meia pra uma hora o filme terminou, daí, fui deixar a xícara na cozinha. Mas, sei lá por que razão tive um pressentimento de que eu não deveria ir para a cozinha pelo corredor que liga a sala à ela. Então, saí de casa pela porta da frente e dei uma volta para entrar na cozinha pela porta dos fundos.Quando eu estava do lado de fora de casa, pra variar aproveitei o silêncio e o clima fresco da noite para observar o céu, que estava vermelho. Pensei que fosse chover, mas não choveu.Me aproximei do portão, olhei a rua, vi que o cachorro do vizinho da casa da frente estava do lado de fora da casa, como ele me conhece, me senti segura para atravessar o portão e fazer algo que há muito tempo eu não fazia desde que me mudei de minha cidade natal: dar uma volta sozinha, às escondidas, de madrugada.Comecei a andar com a companhia do cão do vizinho. Os quarteirões estavam escuros, mas eu não tinha medo. O primeiro quarteirão foi tranquilo, dobrei à esquerda e comecei a andar pela nova avenida... A caminhada se seguiu ainda mais tranquila, tinha uns 2 pequenos bares e um puteiro modesto funcionando, de luzes acesas tocando forró. Por isso, decidi seguir andando ainda. Até que cheguei à rua do quarteirão no qual, inteiro, se ocupa toda a casa do Deputado Ciro Nogueira.Provavelmente você deve estar pensando que este quarteirão deve ser o mais seguro dos três que andei, bem iluminado, calçadas encimentadas, seguranças nas guaritas que se encontram em cada canto dos muros que cercam a mansão. Mas não. É uma rua escura, que ficava de frente para um terreno baldio, cheio de árvores; e seguindo para a esquerda dava para uma boca de fumo. Mas seguindo para a direita, dava para a avenida João XX III, que era clara, e um tanto movimentada.Comecei a caminhar pela rua, pelo lado das árvores, mas sem me afastar muito do portão. Foi quando comecei a me sentir incomodada com um cheiro de carne podre que vinha do lado do terreno baldio. Então tive a maldita idéia de apressar o passo " pois chegando à avenida, eu estaria segura, longe daquele cheiro que me causava náuseas e eu poderia ligar de um orelhão para chamar um moto táxi para me deixar em casa".Caminhei rápido até chegar à esquina que dava para a João XXIII. Mas quando chego lá vejo nada menos que um homem descendo de uma moto com um homem que me parecia desmaiado, quem sabe ele não estava morto. Daí eu me assustei, congelei, minhas pernas mal me aguentaram tanto que eu tremia. Mas mesmo assim, antes que ele virasse em minha direção, corri. E como corri.Mas como eu já havia dito, em um dos lados da rua, tinha um terreno baldio cheio de árvores, logo haviam folhas secas no chão fizeram barulho, quando olhei ao meu redor, não vi mais o cachorro, e para meu azar... quem vinha correndo atrás de mim? Nada menos que o homem que estava de moto tentando esconder um corpo. Corri o mais rápido que eu pude. Encontrei uma construção com andaimes. Entrei. Escalei escadas, pilhas de tijolos e pilares fincados no chão com uma habilidade que eu desconhecia em mim. Fui parar na parte mais alta da construção e tentei me esconder e fazer silêncio atrás de uns escombros que estavam por lá.Passaram-se os 5 minutos mais longos da minha vida, e eu não podia sair dali até que eu tivesse certeza de que aquele homem tivesse saído dali. Mas como eu poderia saber se ele estava ali ainda, se eu mal podia me mexer? E não demorou muito para que eu tivesse uma certeza. A triste certeza de que aquele homem havia me encontrado, que já estava ali na cobertura, a uns poucos passos de mim.Mas antes que ele tivesse a chance de me capturar. Me levantei, me mostrei para ele não ter sequer o trabalho de me encontrar atrás dos entulhos. Ele me olhou nos olhos. Eu também o encarei. Mas dei uns passos para trás. Ele me chamou. Eu não fui. Ele se aproximou esticando os braços em minha direção. E eu me joguei da construção.
Vou falar da minha sexta feira. Coincidência: sexta-feira 13! Minhas aulas acabaram, todas as pessoas que estudam comigo saíram da faculdade e foram sei lá, beber, comer, dançar, namorar em algum lugar da cidade. Mas eu, desarrumada, e com a cara entupida de acne (e não pouco chateada com isso) voltei para casa. Peguei "A Identidade Bourne" que eu havia baixado de manhã para assistir, cumprindo minha lista de filmes para as férias, pus no dvd, fiz um chá mate com limão e fui assistir ao filme.Por volta da meia noite e meia pra uma hora o filme terminou, daí, fui deixar a xícara na cozinha. Mas, sei lá por que razão tive um pressentimento de que eu não deveria ir para a cozinha pelo corredor que liga a sala à ela. Então, saí de casa pela porta da frente e dei uma volta para entrar na cozinha pela porta dos fundos.Quando eu estava do lado de fora de casa, pra variar aproveitei o silêncio e o clima fresco da noite para observar o céu, que estava vermelho. Pensei que fosse chover, mas não choveu.Me aproximei do portão, olhei a rua, vi que o cachorro do vizinho da casa da frente estava do lado de fora da casa, como ele me conhece, me senti segura para atravessar o portão e fazer algo que há muito tempo eu não fazia desde que me mudei de minha cidade natal: dar uma volta sozinha, às escondidas, de madrugada.Comecei a andar com a companhia do cão do vizinho. Os quarteirões estavam escuros, mas eu não tinha medo. O primeiro quarteirão foi tranquilo, dobrei à esquerda e comecei a andar pela nova avenida... A caminhada se seguiu ainda mais tranquila, tinha uns 2 pequenos bares e um puteiro modesto funcionando, de luzes acesas tocando forró. Por isso, decidi seguir andando ainda. Até que cheguei à rua do quarteirão no qual, inteiro, se ocupa toda a casa do Deputado Ciro Nogueira.Provavelmente você deve estar pensando que este quarteirão deve ser o mais seguro dos três que andei, bem iluminado, calçadas encimentadas, seguranças nas guaritas que se encontram em cada canto dos muros que cercam a mansão. Mas não. É uma rua escura, que ficava de frente para um terreno baldio, cheio de árvores; e seguindo para a esquerda dava para uma boca de fumo. Mas seguindo para a direita, dava para a avenida João XX III, que era clara, e um tanto movimentada.Comecei a caminhar pela rua, pelo lado das árvores, mas sem me afastar muito do portão. Foi quando comecei a me sentir incomodada com um cheiro de carne podre que vinha do lado do terreno baldio. Então tive a maldita idéia de apressar o passo " pois chegando à avenida, eu estaria segura, longe daquele cheiro que me causava náuseas e eu poderia ligar de um orelhão para chamar um moto táxi para me deixar em casa".Caminhei rápido até chegar à esquina que dava para a João XXIII. Mas quando chego lá vejo nada menos que um homem descendo de uma moto com um homem que me parecia desmaiado, quem sabe ele não estava morto. Daí eu me assustei, congelei, minhas pernas mal me aguentaram tanto que eu tremia. Mas mesmo assim, antes que ele virasse em minha direção, corri. E como corri.Mas como eu já havia dito, em um dos lados da rua, tinha um terreno baldio cheio de árvores, logo haviam folhas secas no chão fizeram barulho, quando olhei ao meu redor, não vi mais o cachorro, e para meu azar... quem vinha correndo atrás de mim? Nada menos que o homem que estava de moto tentando esconder um corpo. Corri o mais rápido que eu pude. Encontrei uma construção com andaimes. Entrei. Escalei escadas, pilhas de tijolos e pilares fincados no chão com uma habilidade que eu desconhecia em mim. Fui parar na parte mais alta da construção e tentei me esconder e fazer silêncio atrás de uns escombros que estavam por lá.Passaram-se os 5 minutos mais longos da minha vida, e eu não podia sair dali até que eu tivesse certeza de que aquele homem tivesse saído dali. Mas como eu poderia saber se ele estava ali ainda, se eu mal podia me mexer? E não demorou muito para que eu tivesse uma certeza. A triste certeza de que aquele homem havia me encontrado, que já estava ali na cobertura, a uns poucos passos de mim.Mas antes que ele tivesse a chance de me capturar. Me levantei, me mostrei para ele não ter sequer o trabalho de me encontrar atrás dos entulhos. Ele me olhou nos olhos. Eu também o encarei. Mas dei uns passos para trás. Ele me chamou. Eu não fui. Ele se aproximou esticando os braços em minha direção. E eu me joguei da construção.
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