sábado, 12 de dezembro de 2009

"O que é uma entrevista, se não perguntar?"

Sala lotada para a oficina de Técnica de Entrevista

Por: Mara Vanessa - 4° período- Jornalismo (AGECOM)
mara.vanessa777@gmail.com- Especial II Semana de Comunicação


Com esta indagação, a jornalista Anucha Melo abre espaço para uma verdadeira ágora da comunicação, dando início ao primeiro dia da oficina Técnica de Entrevista, uma das mais disputas da II Semana de Comunicação.

Atuando há duas décadas na carreira jornalística, Anucha Melo trabalhou em diversos veículos de comunicação. Atualmente, é apresentadora do programa semanal "Abra o Olho", da Tv Antares , canal 02, que aborda questões concernentes ao universo jurídico.

Introduzindo o colóquio, a jornalista falou sobre a importância da informação, do conhecimento da pauta e da preparação do entrevistador para o desenrolar de uma boa matéria. “O que é uma entrevista, se não perguntar? Também faz parte da função do jornalista deixar o entrevistado à vontade, seguro de si, além de situá-lo antecipadamente sobre a pauta em questão”, afirma Anucha.

Em analogia ao método conhecido como maiêutica, criado pelo filósofo grego Sócrates, a jornalista e apresentadora acredita que o jornalismo indaga, questiona, provoca, apura e revela para dar luz à notícia, o objeto ao qual persegue. Segundo ela, “o jornalista é só um condutor de informação”, e não um “artista” ou “celebridade”.

Outro aspecto importante citado pela apresentadora na hora de executar uma entrevista é a confiança e transparência que o entrevistador transmite ao seu entrevistado. “As perguntas devem ser diretas, claras, atribuindo uma atenção minuciosa a tudo o que está sendo dito pelo entrevistado, pois as respostas dele podem gerar outras perguntas ainda mais oportunas”, revela.

Anucha Melo ainda abordou temas como a decisão do STF, que derrubou a obrigatoriedade do diploma para o jornalista. “A formação é muito importante e diz muito do jornalista. O profissional que estuda, que se especializa, está sempre mais preparado. É um absurdo imaginar a desvalorização da nossa profissão”, desabafa.

Quando questionada sobre o exercício do Jornalismo no Piauí, a profissional afirma taxativamente: “O histórico do jornalismo piauiense carece de assessorias de comunicação. Precisamos fortalecer o nosso mercado, dando a ele mais profissionais dentro dessa categoria”.

Na segunda etapa da oficina, o debate ficou a cargo de Najda Rodrigues, jornalista e apresentadora do jornal Notícia da Manhã, veiculado na TV Cidade Verde, canal 05. Assim como Anucha Melo, a jornalista contabiliza quase vinte anos dentro do Jornalismo, atuando em diversos veículos de comunicação local, tendo também passagem em uma emissora de Campinas, São Paulo.

Nadja Rodrigues ressaltou a importância do diálogo entre entrevistador e entrevistado; a necessidade de visualizar a estrutura da matéria e a sinceridade como peça-chave no trabalho do jornalista.

Citando exemplos da sua própria rotina de trabalho, a apresentadora relatou as vantagens e dificuldades no dia-a-dia da televisão, como no caso do “embate ideológico” que travou com um representante do Legislativo piauiense. Definindo a atitude como intempestiva, Nadja Rodrigues declarou que o “jornalista tem que ser curioso para poder passar o máximo de informações para o ouvinte, telespectador ou leitor, mas sem se envolver com os fatos”. Dentre as vantagens, a jornalista e apresentadora ressaltou o amor pela profissão e o fascínio que a mídia televisiva exerce sobre ela, sendo um meio direto de trazer a notícia até o cidadão. No que diz respeito às dificuldades, Nadja Rodrigues afirmou que o jornalista deve contornar possíveis situações vexatórias que, muitas vezes, despontam nos programas ao vivo.

Por fim, a jornalista finalizou a oficina com uma prática de entrevista, convocando um voluntário para entrevistá-la, sem esquecer de focar na posterior discussão dos acertos e erros executados pelo acadêmico.

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