Por: Mara Vanessa e Jaqueline Moraes - 5° período - Jornalismo
mara.vanessa777@gmail.com e jjackmpereira@hotmail.com - Especial para o AGECOM
A comunidade Vila da Paz, localizada na zona Sul de Teresina, é o retrato da esperança. Ao rebater os altos índices de pobreza, violência, tráfico de drogas e exclusão social, o padre italiano Pedro Balzi, falecido no ano passado, deixou muito mais do que um legado de doação ao próximo e trabalho comunitário. Durante cerca de trinta anos, a atuação do padre proporcionou aos moradores da comunidade a oportunidade de transformar projetos em ações. Um desses projetos é a rádio comunitária Maria FM - 105,1.
Fundada há mais de 15 anos na Vila da Paz, a rádio Maria FM funcionava em uma chaminé, operando com duas caixas de som. A ideia de criar uma rádio que atendesse aos interesses da comunidade foi uma das principais motivações do padre Pedro Balzi, que investiu em um projeto comunicacional que oferecesse informação, formação, utilidade pública, atividades religiosas, educativas e culturais aos moradores. Ao participar dos problemas e anseios coletivos, a rádio Maria FM exerce um papel fundamental na humanização e evangelização local.
Reconhecidamente carente, a Vila da Paz não possuía um veículo midiático que lhe representasse; que espelhasse a rotina [e os problemas] de seus moradores. Os projetos sociais articulados por padre Pedro mudaram esse perfil. Anteriormente conhecida pelo histórico de violência, a comunidade carregava a alcunha de “Vila do Facão”. Hoje, Dona Francisca, de 70 anos, engrandece o lugar em que mora: “Eu não deixo esse lugar de jeito nenhum. Aqui nós temos segurança, saúde, educação... Nossas famílias se conhecem e se ajudam muito”, afirma.
Professora aposentada, Dona Francisca criou os cinco filhos na Vila da Paz e se diz “realizada por ter conhecido e participado das ações do padre Pedro”. Ouvinte fiel da rádio Maria FM, ela diz que se sente próxima aos assuntos discutidos e que a programação musical é excelente. “Eu vou acordando e ligando a rádio. Posso estar em qualquer lugar, mas se reconheço a voz do apresentador, me sinto em casa”, diz.
A rádio comunitária Maria FM, sintonia 105,1 possui uma licença especial para funcionar e o processo de concessão ainda está em andamento. A morosidade na concessão de licenciamentos tem sido um dos principais obstáculos para a permanência das rádios comunitárias. O ordenamento jurídico brasileiro, extremamente rígido no combate a esse tipo de prática, ainda mostra resistência na agilidade para regulamentação de muitas rádios comunitárias brasileiras, destruindo e lacrando todos os equipamentos, além de algemar, prender e caracterizar como crime federal os que mantêm uma rádio não licenciada. Foi o que aconteceu com o padre Pedro Balzi, quando oficiais da Polícia Federal e da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] invadiram a rádio Maria FM e algemaram o padre, causando comoção e repercussão em toda a capital.
Com dois funcionários, uma diretora e cinco voluntários, a rádio Maria FM tem feito diferença no dia-a-dia da Vila da Paz, contando com programação diferenciada de segunda a domingo. Estão entre os programas da rádio: “Acorda comunidade”, “Bom dia, cidade”, “Rádio Notícias”, “Santo Terço”, “30 minutos”, “Tarde interativa”, “Momento de reflexão”, “Sua tarde em sintonia”, além de programas de flashback e de evangelização. O horário de funcionamento vai de seis da manhã à meia-noite, aproximadamente. A rádio adota uma postura musical eclética, tocando músicas de diversos ritmos e evitando material com letras pornográficas e com apologia às drogas, violência, preconceito e pobreza.
Os radialistas Marcos e Tarcilane, moradores da Vila, garantem que fazer parte da comunidade tem fortalecido seu crescimento pessoal e profissional. “Aqui, a comunidade é toda unida. Nós estamos muito felizes de fazer parte desse projeto. Apostamos na herança de amor que nos foi legada; apostamos na esperança, na dedicação e na persistência. A violência marcou apenas o passado da Vila da Paz, mas não marca o nosso presente”, garantem.
E não é necessário muito tempo para comprovar essas palavras. Ainda existem casas improvisadas, ferro-velho e pobreza na Vila da Paz. Mas também existe uma comunidade forte, que carrega na lembrança o trabalho de um padre benfeitor, que lutou e vivenciou cada pedaço daquele espaço próximo à estação rodoviária teresinense. A rádio Maria FM leva voz, eco e vibração aos moradores, falando sobre suas necessidades, anunciando serviços de utilidade geral (empregos, escolas, campanhas de saúde, por exemplo), atualizando-os sobre os mais recentes acontecimentos, incentivando a participação popular (através de ligações, cartas e avisos), e veiculando anúncios e propagandas de pequenos comércios do local. A rádio Maria FM 105,1 é feita pela e para a comunidade.
Fundada há mais de 15 anos na Vila da Paz, a rádio Maria FM funcionava em uma chaminé, operando com duas caixas de som. A ideia de criar uma rádio que atendesse aos interesses da comunidade foi uma das principais motivações do padre Pedro Balzi, que investiu em um projeto comunicacional que oferecesse informação, formação, utilidade pública, atividades religiosas, educativas e culturais aos moradores. Ao participar dos problemas e anseios coletivos, a rádio Maria FM exerce um papel fundamental na humanização e evangelização local.
Reconhecidamente carente, a Vila da Paz não possuía um veículo midiático que lhe representasse; que espelhasse a rotina [e os problemas] de seus moradores. Os projetos sociais articulados por padre Pedro mudaram esse perfil. Anteriormente conhecida pelo histórico de violência, a comunidade carregava a alcunha de “Vila do Facão”. Hoje, Dona Francisca, de 70 anos, engrandece o lugar em que mora: “Eu não deixo esse lugar de jeito nenhum. Aqui nós temos segurança, saúde, educação... Nossas famílias se conhecem e se ajudam muito”, afirma.
Professora aposentada, Dona Francisca criou os cinco filhos na Vila da Paz e se diz “realizada por ter conhecido e participado das ações do padre Pedro”. Ouvinte fiel da rádio Maria FM, ela diz que se sente próxima aos assuntos discutidos e que a programação musical é excelente. “Eu vou acordando e ligando a rádio. Posso estar em qualquer lugar, mas se reconheço a voz do apresentador, me sinto em casa”, diz.
A rádio comunitária Maria FM, sintonia 105,1 possui uma licença especial para funcionar e o processo de concessão ainda está em andamento. A morosidade na concessão de licenciamentos tem sido um dos principais obstáculos para a permanência das rádios comunitárias. O ordenamento jurídico brasileiro, extremamente rígido no combate a esse tipo de prática, ainda mostra resistência na agilidade para regulamentação de muitas rádios comunitárias brasileiras, destruindo e lacrando todos os equipamentos, além de algemar, prender e caracterizar como crime federal os que mantêm uma rádio não licenciada. Foi o que aconteceu com o padre Pedro Balzi, quando oficiais da Polícia Federal e da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] invadiram a rádio Maria FM e algemaram o padre, causando comoção e repercussão em toda a capital.
Com dois funcionários, uma diretora e cinco voluntários, a rádio Maria FM tem feito diferença no dia-a-dia da Vila da Paz, contando com programação diferenciada de segunda a domingo. Estão entre os programas da rádio: “Acorda comunidade”, “Bom dia, cidade”, “Rádio Notícias”, “Santo Terço”, “30 minutos”, “Tarde interativa”, “Momento de reflexão”, “Sua tarde em sintonia”, além de programas de flashback e de evangelização. O horário de funcionamento vai de seis da manhã à meia-noite, aproximadamente. A rádio adota uma postura musical eclética, tocando músicas de diversos ritmos e evitando material com letras pornográficas e com apologia às drogas, violência, preconceito e pobreza.
Os radialistas Marcos e Tarcilane, moradores da Vila, garantem que fazer parte da comunidade tem fortalecido seu crescimento pessoal e profissional. “Aqui, a comunidade é toda unida. Nós estamos muito felizes de fazer parte desse projeto. Apostamos na herança de amor que nos foi legada; apostamos na esperança, na dedicação e na persistência. A violência marcou apenas o passado da Vila da Paz, mas não marca o nosso presente”, garantem.
E não é necessário muito tempo para comprovar essas palavras. Ainda existem casas improvisadas, ferro-velho e pobreza na Vila da Paz. Mas também existe uma comunidade forte, que carrega na lembrança o trabalho de um padre benfeitor, que lutou e vivenciou cada pedaço daquele espaço próximo à estação rodoviária teresinense. A rádio Maria FM leva voz, eco e vibração aos moradores, falando sobre suas necessidades, anunciando serviços de utilidade geral (empregos, escolas, campanhas de saúde, por exemplo), atualizando-os sobre os mais recentes acontecimentos, incentivando a participação popular (através de ligações, cartas e avisos), e veiculando anúncios e propagandas de pequenos comércios do local. A rádio Maria FM 105,1 é feita pela e para a comunidade.
Padre Pedro Balzi
Trabalho, doação e amor ao próximo fazem parte da trajetória do padre italiano Pedro Balzi. Há mais de trinta anos à frente dos projetos realizados na comunidade carente Vila da Paz, zona Sul de Teresina, padre Pedro implantou serviços educacionais (escolas, creches), fomentou o acesso à informação (rádio comunitária Maria FM – 105.1), investiu em centros de saúde (Fundação Nossa Senhora da Paz e Fazenda da Paz), conquistando também o usufruto dos benefícios de luz, água e moradia para a população da Vila.
Ao chegar ao Piauí, no final da década de 1980, padre Pedro Balzi ficou impressionado com a situação de extrema pobreza e abandono em que se encontravam os moradores da comunidade situada próxima à estação rodoviária da capital. Resolveu dedicar a sua vida à Vila da Paz. Sob a sua tutela e apoio, projetos e melhorias despontaram na região, transformando a vida de inúmeras famílias e retirando-as da marginalidade.
No dia 05 de outubro de 2009, Padre Pedro falece aos 82 anos de idade, vítima de câncer nos ossos. Deixa não apenas um legado: deixa esperança, símbolo de luta e exemplo a ser seguido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário