quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Campanhas para vender cerveja e outras de consumo consciente estão no portfólio de Américo Vizer


 

Em entrevista especial para o Blog da Agecom, Américo Vizer, publicitário da QG Propaganda, um dos palestrantes da V Semana ComCeut, conta sobre suas passagens por agências de publicidades de variados tipos. Américo Vizer conta também um pouco sobre sua carreira e o que ele está preparando para Semana ComCeut deste ano.


AGECOM - Américo, como foi sua caminhada até chegar nas grandes agências de publicidade do país?

AMÉRICO VIZER - Eu passei por todos os tipos de agências que existem no mercado. Acho que isso ajudou a complementar sempre meu trabalho. Eu acho que consegui, no meu dia a dia, sempre levar a experiência adquirida na agência anterior para a próxima. Com isso eu pude me tornar um profissional com uma visão um pouco mais ampla. Eu já trabalhei até em banco, no Bradesco Empresas, na área de Planejamento e Novos Negócios. E até essa minha passagem pelo banco eu aprendi a ter uma visão mais estratégica dos mercados, o que não acontece muito quando você está somente na criação.

AGECOM - Por quais agências você já passou?

AMÉRICO VIZER - Comecei numa agência pequena, mas que era considerada uma grande pelos profissionais que estavam lá, que é a Age. Hoje, Ageisobar. Eu era estagiário, mas trabalhava do lado ‘dos Caras’: Tomas Lorente, Carlos Domingos, Alexandre Lucas, Leandro Castilho, Theo Rocha, Augusto Moya e outros. De lá, eu trabalhei numa agência de internet, a Calisto Webdesign. Depois trabalhei na TV Band, como produtor do jornalismo. Aí eu tive minha passagem pelo Bradesco. Depois eu retornei ao mercado de agências. Trabalhei na RS Direct, a Plano 1, J3P, QG, Africa e Z+. Isso resume um pouco os meus 12 anos de experiência no mercado.           


AGECOM - Uma dessas grandes agências foi a África, que foi responsável por campanhas da Brahma. Como foi participar da campanha de um produto que é uma paixão do brasileiro? Torna o trabalho mais fácil?

AMÉRICO VIZER - Muito pelo contrário! (risos). É um trabalho difícil, por justamente ser um produto de uma grande multinacional e que mexe tanto com a opinião pública. São feitas muitas pesquisas, pré-testes e planejamentos para uma campanha. Para se ter uma noção, é criada a campanha e ela acaba indo pro ar só uns 4, 5 meses depois. Por exemplo, a campanha de Copa do Mundo 2010, que eu era um dos criativos, começou o planejamento cerca de 14, 18 meses antes da Copa. O primeiro anúncio, pra salvar o conceito do Guerreiro usado na campanha, saiu quase 1 ano antes. E o filme que abria a campanha da Copa, entrou em dezembro: 6 meses antes da Copa.
É cansativo, mas é muito prazeroso também. Porque você pode contar com a força, justamente de um gigante do mercado. Produzindo filmes com mais verba, criando ações mais grandiosas, etc.


AGECOM - Quando você foi trabalhar na QG, participou da criação do Gole Consciente do Blá Bar, campanha que incentiva aos motoristas a não beberem cerveja. Como foi essa mudança em fazer comerciais de um mesmo assunto (bebida alcoólica), mas em duas esferas opostas? 

AMÉRICO VIZER - A Brahma também fazia campanhas de consumo consciente. E ela não escondia isso. Além da legislação para comerciais de bebidas alcoólicas ser bastante dura, ela se preocupava com uso de palavras e termos que pudesse incentivar as pessoas a beberem muito. Para não ter uma imagem negativa sobre esse assunto. Ou seja, além das séries de pesquisas e testes, a legislação também ajudava a engessar as campanhas. 
E justamente na hora de produzir ideias como o Gole Consciente, que a gente sente falta das facilidades de produção de uma gigante como a Brahma (risos). Uma ideia não pode ter filtro na hora de criar. O filtro você usa pra adequar a verba do cliente, mas de uma forma que sua ideia não perca o principal: a força da mensagem.
A idéia do Gole Consciente do Blá Bar foi possível por se tratar apenas de um único bar. Isso facilitou a implementação da ideia e a viabilização dos custos de produção. Que mesmo sendo restrito, usamos 10 câmeras diferentes e garçons-atores. Se essa ideia fosse para Brahma, por exemplo, não poderíamos fazer só num bar. Teríamos que fazer no Brasil inteiro. Por ser uma marca gigante e forte no mercado.


AGECOM - Sua palestra aqui em Teresina tem como tema: "O resgate das celebridades através da propaganda", você pode adiantar um pouco sobre o que está preparando para os estudantes e profissionais teresinenses?

AMÉRICO VIZER - Eu quero mostrar um pouco do universo celebridade-propaganda, mas contando como a propaganda consegue valorizar as celebridades. Como uma celebridade se torna ainda mais celebridade e também valorizada depois de uma campanha de sucesso. Ou que volta a fazer sucesso depois que um comercial a "resgata" do esquecimento da memória das pessoas. E a ainda a diferença de criação que existe para um comercial desse tipo. 
Vou falar também das celebridades que ninguém conhece, que são aquelas vindas da internet e que, pra grande maioria da população, ainda são desconhecidas. E que muitas marcas e programas de TVs estão usando pra divulgar seus produtos no mundo online.



Por Mara Dallenna / Ascom Semana Comceut – Especial para o Blog Agecom.
Fotos: Arquivo pessoal

Nenhum comentário: