segunda-feira, 1 de setembro de 2008

POEMAS

Batalha do oco
O contingente de jovens será chamado
Para a luta contra Palavras mortas
Talvez vivas, cristalinas ou celerígrados
Que estão à procura de suas regras impostas

Estou estupeficado de aborrecimentos
Os anagramas fogem a minha vista
O sargento grita que exige documentos
É tão inviolável que não há quem insista

Aliterato de nascimento, pobre morfina
A molécula da linguagem não me circula
Não posso provar desta água cristalina

Fuzilado pela língua portuguesa
Depois esquartejado pela chefia maior
Chamada gramática, mãe da tristeza


Responso à Bela
Por favor apareça, brilho retumbante
Eu preciso de você Medalha amarela
Eu deveria dizer que tu és brilhante
Linda como um quadro de aquarela

Aquilão que sopra nos meus ouvidos
Sopro de prazer, grito de alegria
Musa dos meus cantos comedidos
De paixão mórbida e eterna companhia

Se tornou indispensável pra mim bela flor
Indumento dos meus desejos e lamentos
Tu és única jóia de algum valor

Penitência viva nos piores momentos
Marfim de voz macia e grudenta
Latrocínio das angústias, dos tormentos

SOBRE O AUTOR:

Heráclito Júlio Carvalho dos Santos, 22 anos, escreve profissionalmente (ou amadoramente) desde os 15. Para Heráclito, poesia é uma paixão, onde externa tudo que tem dentro de si.

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