sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Gatinhas & Gatões

Por: Mara Vanessa - 6 ° período - Jornalismo
mara.vanessa777@gmail.com - AGECOM



Eu não vivi a década de 1980. Nasci 3 anos antes dela fechar as cortinas e levar embora a aura da qual estava imbuída. Mas, como todos sabemos, os fatos (documentados ou não) têm a capacidade de fazer História. E quem faz História "vive" na imortalidade, como é o caso do filme "Gatinhas & Gatões" (Sixteen Candles, 1984).

Para os dias de hoje, o enredo pode ser visto como 'novela de teens', básico, cheio de descobertas sexuais e primeiro amor, tudo muito ingênuo. Começa com Samantha Baker, uma adolescente que acaba de completar 16 anos, e que se vê apaixonada pelo cara mais popular da escola que, para completar, tem muito mais que cinco dólares na carteira (o pai dele tem um Rolls Royce, galera). O garoto namora uma loira linda e desinibida, popular e farrista, cujo lance é viver a deturpação do 'carpe diem' em todas as suas formas (e isso não tem sido privilégio das décadas anteriores).

Às voltas com o casamento da irmã mais velha, Sam Baker (interpretada pela atriz Molly Ringwald) assisti seu aniversário passar em branco, o amor platônico parece cada vez distante e ainda é obrigada a receber assédios de um fedelho CDF pra lá de corajoso (o pirralho tem uma auto-estima genuinamente inabalável, e é a graça do filme). Misture todos estes elementos com uma boa dose de anos 1980 e pronto: a película teen mais sincera dos últimos tempos.

O falecido diretor John Hughes soube administrar personagens caricatos, arquétipos do contexto social experimentado pelos EUA neste período (jovens descolados, ligados em rock n' roll e liberais), assim como todas as mudanças vivenciadas pelos norte-americanos e pelo mundo, de forma geral: as inesquecíveis baladas dos anos 80; a popularização dos PCS, walkmans, videocassetes e da própria idade da informatização.

"Gatinhas & Gatões" traz uma abordagem divertida e faz muito quarentão verter lágrimas de saudade - além de deixar os filhos das gerações mais recentes com uma pontinha de inveja saudável, afinal de contas, será que os ''problemas'' dos nossos adolescentes são tão diferentes dos ''desafios'' anteriores? E ainda mais: os filhos de "Gatinhas & Gatões" estão sabendo educar os irmãos de "Crepúsculo"? Para os pais, eis a dúvida.

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