"Quando começamos a elaborar o projeto desde janeiro, nós tínhamos as expectativas mais otimistas possíveis. Mas o evento superou..." Jacqueline Dourado
GT Jornalismo e Convergência |
Foi realizado nos dias 30 e 31 de maio, o Seminário
Internacional de Pesquisa em Economia Política do Jornalismo, organizado pelo Grupo de
Pesquisa de Economia Política da Comunicação (COMUM), o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo
e Comunicação (NUJOC) e o Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
(PPGCOM) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O evento foi realizado no Centro de Ciências da Educação (CCE)
da UFPI e contou com uma programação diversificada. Durante os dois dias de
seminário, os participantes assistiram oficinas, palestras, participaram de Grupos
de Estudos (GT’s) e conferências, em que os pesquisadores abordaram temáticas
relacionadas à Economia Política do Jornalismo.
GT Industrias Midiáticas |
No primeiro dia (30), os temas abordados nas oficinas foram:
"Televisão digital", ministrada pelo Professor Mestre Carlos Monteiro, da Universidade Cruzeiro do Sul (UCS), e "Introdução à Economia
Política da Comunicação e os objetos de pesquisa", ministrada pelo Professor
Doutor Luciano Correia, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). À
noite, os participantes foram recebidos com um coquetel e música ao vivo, antes
do início da conferência que aconteceu no Cine Teatro da UFPI.
Durante a conferência, a participação internacional do
Professor Doutor Martín A. Becerra, da Universidade Nacional de Quilmes (UNQ) e
da Universidade de Buenos Aires (UBA) foi fundamental, segundo Jaqueline
Dourado, Chefe de Departamento de Comunicação Social da UFPI e organizadora do
evento. O tema abordado pelo argentino, que palestrou em castelhano, foi
"Los Medios Públicos en América latina: una agenda marcada por
conflictos".
Conferência - CINE TEATRO (UFPI) |
O segundo dia de seminário (31) foi marcado com a
apresentação das pesquisas realizadas por graduandos, mestrandos e doutorandos.
Jornalismo e Convergência, Indústrias Midiáticas e TIC’s e cidadania foram os
temas dos abordados por cada GT, aonde os trabalhos foram apresentados.
À noite, os participantes do seminário foram novamente
recebidos com um coquetel e música ao vivo, descontraindo o ambiente.
Solimar de Oliveira e Maria Helena de Oliveira (GT TIC's e cidadania) |
Participaram da conferência o Professor Doutor Carlos
Franciscato com o tema “Pensando a pesquisa em jornalismo a partir de questões
epistemológicas e metodológicas”, da Universidade Federal de Sergipe (UFS);
Professor Doutor Solimar de Oliveira Lima, da Universidade Federal do Piauí
(UFPI), ministrando o tema “Direitos Humanos e Jornalismo” e a Professora
Doutora Jacqueline Lima Dourado, da Universidade Federal do Piauí (UFPI) que
ministrou o tema “Televisão, mercado e cidadania”.
As conferências foram bastante aquecidas e foi percebível a participação
do público nos questionamentos.
Veja na íntegra, a entrevista com a Professora Doutora
Jacqueline Dourado, realizada após o evento:
AGECOM: Como você avalia o evento?
Jaqueline Lima Dourado
Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Chefe de Departamento de Comunicação Social (DCS-CCE) e professora da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Jacqueline Dourado é autora dos livros Rede Globo: mercado ou cidadania?, Folkcom - Do ex-voto à indústria dos milagres: A comunicaçõ dos pagadores de promessas e A história dos devotos de Nossa Senhora da Cabeça: um estudo folkcomunicacional.
AGECOM: Como você avalia o evento?
Jacqueline Dourado:
Agente tinha uma expectativa extremamente
positiva. Sou uma pessoa muito otimista. Quando começamos a elaborar o projeto desde
janeiro, nós tínhamos as expectativas mais otimistas possíveis. Mas o evento
superou as expectativas, porque o nível de inscrições nos GT’s, o nível de
participação nas oficinas e o nível das perguntas das conferências fez com que
observássemos que o seminário contribuiu de forma excelente, tanto para o curso
de Comunicação Social da Universidade Federal, quanto para as Faculdades
particulares, bem como na consolidação do curso de Mestrado da UFPI.
AGECOM: Como foram analisados os aspectos na escolha dos ministrantes?
AGECOM: Como foram analisados os aspectos na escolha dos ministrantes?
Jacqueline Dourado:
Nós fazemos parte de uma rede
internacional a União Latino-Americana de Economia Política da Comunicação,
como aliados temos o grupo CEPOS, que é radicado no Rio Grande do Sul e aqui em
Teresina nós temos o Grupo COMum que é interligado ao CEPOS e ao LEPIC. Então,
nessa rede há sempre uma troca de trabalhos. Como por exemplo, aqui em Teresina
nós desenvolvemos alguns trabalhos com o Professor Doutor Solimar de Oliveira,
que é tanto da história quanto da economia da Comunicação. E o que é importante
destacar é que nós juntamos, através do grupo CEPOS, esses nomes que foram
“encontrados” e escolhidos de tal maneira que complementasse e que formulasse
um pensamento crítico à respeito desse cenário neoliberal, desse cenário de
transformação da televisão e do telejornalismo, dessa nova cartografia da
profissão de jornalismo que está se estabelecendo.
AGECOM: Por que EPC (Economia e Política da Comunicação)?
AGECOM: Por que EPC (Economia e Política da Comunicação)?
Jacqueline Dourado:
A Economia Política, ela vem exatamente
da metodologia do materialismo histórico dialético marxista. Então ela tem
cunho marxista e é de forma crítica. Dentro de um cenário econômico, observa-se
a comunicação de forma crítica. Então, a EPC é uma linha específica, uma linha
nova. Marx já falava a respeito de comunicação e o que agente tem feito é
observar esse fenômeno. Nesse âmbito observa-se, a Economia Política da
Cultura, Economia Política da Comunicação, tem-se vertentes onde se observa
criticamente esses fenômenos.
AGECOM: E a participação do público, o que você achou e qual foi o perfil?
AGECOM: E a participação do público, o que você achou e qual foi o perfil?
Jacqueline Dourado:
Particularmente, me surpreendeu. Nós
tivemos um perfil bem interessante de egressos do curso, de alunos de outras
faculdades, mestrandos, doutorandos, então, o público foi bem eclético ao mesmo
tempo em que todos os participantes estão incluídos em querer observar esse
fenômeno, o mercado, de forma acadêmica. Esse seminário de pesquisa serviu,
exatamente, para que possamos mostrar como a academia está observando as novas
opções que o mercado do jornalismo oferece, como por exemplo, as hastags, as
redes sociais, as redes regionais que estão surgindo, e como o jornalismo está
se reformatando. Então, tudo isso são temas emergentes e que a academia está
observando.
AGECOM: Como funcionou a escolha dos artigos que foram apresentados?
AGECOM: Como funcionou a escolha dos artigos que foram apresentados?
Jacqueline Dourado:
Essa função coube a cada coordenador de
GT (Grupo Temático). Eles foram soberanos na escolha. Os GT’s são formados por
pessoas altamente gabaritadas: um doutor, um mestre ou um mestrando. Então
essas pessoas tiveram um critério de escolha baseado numa ementa que foi
pré-estabelecida.
AGECOM: Como foi a participação internacional do Martín Bacerra?
AGECOM: Como foi a participação internacional do Martín Bacerra?
Jacqueline Dourado:
Sensacional. Bacerra é um pesquisador que
trabalha exatamente nesse processo de comunicação dentro da América latina. Um
observador bem crítico e achei fundamental a sua participação.
AGECOM: Foi concretizado o objetivo do Seminário?
AGECOM: Foi concretizado o objetivo do Seminário?
Jacqueline Dourado: Esse seminário não termina hoje. Ele só vai encerrar com a publicação do livro em agosto, fruto do seminário.
Texto / Entrevista / Edição: Fernando Brito - Repórter / Estudante
Imagem: Cibelle Resende
Texto / Entrevista / Edição: Fernando Brito - Repórter / Estudante
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