quarta-feira, 20 de março de 2013

Seca e enchentes afetaram 86 milhões de brasileiros nos últimos 20 anos

           O professor Carlos Machado, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), anunciou nesta terça-feira (19) que cerca de 86 milhões de brasileiros foram afetados, direta ou indiretamente pelas chuvas e secas que ocorreram no Brasil no período de 1990 até o ano de 2010.


         No período analisado pelo professor da Fiocruz, o número de pessoas que morreram nos eventos que ocasionaram os desastres, foram de 1.780, mas o número de mortes efetivamente causadas por eles chega a 460 mil, se forem incluídas doenças e outros males desencadeados por essas tragédias.
          Hoje no Brasil, apesar desse risco, apenas 6% dos municípios brasileiros contam com planos de risco, sendo que em 10% deles estão sendo estudados meios de se preparar para situações de emergência. De acordo com Machado, esse grupo, encontram-se principalmente em municípios com mais de 500 mil habitantes.

          Ao falar sobre Gestão de Desastres Naturais no 4º Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública, Machado destacou que 5,5 milhões de pessoas foram diretamente expostas a esses tipos de desastres.

          Sobre as 20 mortes que ocorreram em Petrópolis, em decorrência das chuvas, o pesquisador ressaltou a responsabilidade das autoridades: "É necessário um investimento rápido e urgente na construção de novas casas e em medidas de engenharia para tornar essas áreas [de risco] menos vulneráveis. O Poder Público em nível municipal, estadual e federal tem responsabilidade nesse processo". Para Carlos Machado, existe espaço para realocação negociada das pessoas, com participação da comunidade. "Ainda há muitas casas e mesmo estabelecimentos de saúde que são vulneráveis", destacou.
 
          "É um problema de planejamento urbano e uma questão de saneamento ambiental. Mas tem também o lado cultural de como a cidade cresceu, como ela se desenvolveu", pontuou Mara Oliveira, representante da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) sobre o problema dos escombros gerados pelos desastres naturais, que se acumulam durante vários meses nos municípios  assim podendo provocar riscos a saúde e também a questão multifacetada da ocupação do solo na região serrana do Rio de Janeiro.



Repórter: Felipe Farias - Repórter / Estudante
Fonte: Agência Brasil
Imagem: Divulgação

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