quarta-feira, 9 de abril de 2014

‘Pauta do Dia’ abre com debate sobre jornalismo político em ano de eleições

O tema jornalismo político foi escolhido por conta do ano eleitoral.

Por que a pauta de eleições entra tão cedo no agendamento da mídia? Como se dá o relacionamento com as fontes do cenário político? Perguntas como estas nortearam a mesa redonda proposta na 1ª edição do projeto “Pauta do Dia” de 2014, iniciado nesta terça-feira(08) também em homenagem ao dia do Jornalista (07), no auditório da Faculdade Ceut.

A Agência Júnior de Comunicação da Faculdade Ceut - Agecom foi a responsável pela organização do evento e trouxe para o debate profissionais de grande experiência na área. Entre eles estavam os jornalistas Arimateia Azevedo, Francisco Magalhães, Robson Costa e o cientista político Ricardo Arraes.

O tema jornalismo político foi escolhido por conta do ano eleitoral. Os convidados fizeram uma reflexão sobre os cenários nacional e especialmente o local, ao colocar em debate o noticiário sobre a formação da equipe do novo governador do Piauí que foi recém-empossado. “O que vimos hoje se repete ao longo do tempo, a cada novo governo a mídia especula composições e alimenta capas de jornais e exagerada cobertura de outros meios de comunicação”, pontuou o cientista político Ricardo Arraes. Os jornalistas presentes concordaram ao atribuir à imprensa a responsabilidade de buscar profundidade às questões que envolvem um governo, ir além do que é sempre valorizado pelo jornalismo declaratório. “A mídia se conforma com o que é dito, um candidato a cargo majoritário afirma que jamais será candidato em um determinado cenário, menos de um mês depois a história é outra e a imprensa pouco questiona, sequer confronta as declarações”, argumenta Robson Costa.

A mesa redonda teve momentos de euforia na plateia formada por estudantes de Jornalismo e Publicidade e até por outros profissionais da área, que elogiaram o nível da discussão. "O debate sobre política nos faz rever certos conceitos sobre a questão da política, conseguimos criar uma nova visão", afirmou a estudante do curso de jornalismo Isabella Dias depois de ouvir os argumentos de Arimateia Azevedo que explicou como as informações chegam até ele. “Temos o dever de informar, ter coragem é fundamental para expor aquilo que o público não tem como enxergar sozinho. Eu mesmo levo tão a sério isso que tenho 157 processos contra mim, amanhã mesmo (09) acho que ganharei mais um”, pontuou Azevedo.

O protagonismo do jovem nos cenários de mudanças políticas no Brasil também entrou nas discussões. “A onda de manifestações que ocuparam as ruas de todo o Brasil foi um sinal de que as pessoas acordaram para lutar pela democracia”, disse o jornalista Arimateia Azevedo em resposta aos próprios estudantes presentes no debate e, que logo após complementa a fala com um contraste, “as mesmas pessoas que vão para a rua manifestar são as que votam nos mesmos políticos que fazem o rumo que a política está tendo atualmente”, sentenciou.


Indagado sobre a importância de debates do âmbito político com profissionais da área para alunos de jornalismo, o jornalista Francisco Magalhães falou que "é fundamental não só para o estudante, mas também para o profissional. Eu mesmo aprendo ainda mais com os estudantes. Vocês que são os eleitores principais, então na verdade vocês são os protagonistas".

Segundo Magalhães, é preciso sempre debater ideias, argumentar, estudar e se atualizar para que a formação de um bom profissional se torne concreta. “O jornalismo político não é a área que mais me identifico, mas ao ouvir esses profissionais percebi o quão importante é debater e pesquisar sobre essa área”, disse o aluno de jornalismo Mario Cristiano.






Texto: Eliziane Oliveira e Naamma França
Fotos: Aryadinni Leal

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