Atualmente, não se lucra mais com
venda de discos, mas com shows e eventos. Mesmo percebendo a dificuldade do cenário musical piauiense, a banda Validuaté, frente ao desafio de
enfrentar os avanços tecnológicos, redes sociais e pirataria que afetam
diretamente a comercialização de CD’s e DVD’s, pretende lançar o seu primeiro DVD
com músicas totalmente autorais.
Em entrevista à Agecom, integrantes
da banda falaram dos novos projetos e sobre a volta aos palcos depois de um
breve hiato após a gravação do DVD de comemoração de 10 anos da banda, em
novembro de 2013.
O vocalista da banda, Quaresma,
apontou que as bandas tem que saber administrar suas carreiras, encarar que nos
tempos atuais, existem pessoas que não tiveram contato com um CD e saber chegar
a todo esse tipo de público. “Temos esse desafio de atender os vários perfis de
consumidores da nossa música. Desde aquele que não compra o CD, mas baixa,
escuta, gosta e vai para o seu show, ou aquele que então, não compra o CD, não
baixa, acaba pegando de um amigo e só vai ao show quando é de graça. Esse público
também é importante e precisa ser respeitado porque ele acaba se tornando um
meio de divulgação”, ressalta falando da dificuldade de levar uma banda autoral
e independente no cenário musical piauiense.
Bandas autorais como a Validuaté
enfrentam problemas porque há uma diferença natural entre Teresina e outras
capitais metropolitanas. A falta de locais para shows, bandas que lançam álbuns
e não conseguem seguir uma carreira estável, consolidar-se pela falta de um
mercado cultural consciente. Grandes festivais, gravadoras e produtores
acessíveis são pontos carentes que complicam a carreira dos músicos piauienses.
E por saber de toda essa dificuldade, a Validuaté está com planos para uma
turnê pelo sudeste do país.
John, também integrante da banda, resaltou que outro grande
problema é a falta de investimentos dos órgãos públicos. Falta de lugares para
shows, a desvalorização dos próprios produtores de eventos, pagando cachês baixos,
atrasos dos pagamentos em ate 1 ano após o show como foi revelado pelo baterista.
Onde não há investimento, não há crescimento. “Para a produção de um show bom,
bonito, é necessário dinheiro, uma equipe boa, e se até os produtores dos
eventos que trazem o nosso show para o público não valorizam nosso trabalho, ou
seja, não pagam algo justo, a coisa não flui”, lamenta.
Uma forma de tentar provar que as
bandas independentes não precisam ser tão dependentes de produtores e
gravadores, o Validuaté está com o projeto “Cartase”, com fins de arrecadar dinheiro
para a produção do DVD, que funciona através de doações. Se a meta dor
atingida, o DVD será lançado e todas as pessoas que colaboraram, iram ganhar
artigos da banda que variam de acordo com o tamanho da doação, como ingressos
para o show de lançamento do DVD, e shows particulares.
Texto: Aryadinni Leal - Repórter Agecom
Edição: Fernando Brito
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